sexta-feira, 29 de abril de 2011

Artilheiro, Dagoberto vira 'o cara' do São Paulo no Campeonato Paulista

Dagoberto está no São Paulo desde 2007 e é bicampeão brasileiro pelo clube. Mas jamais esteve em uma fase tão boa como agora. Artilheiro do Tricolor na temporada, com 13 gols, o atacante pode ser considerado “o cara” da equipe para a semifinal do Paulistão, contra o Santos, sábado, às 16h, no estádio do Morumbi.

Especialmente porque o técnico Paulo César Carpegiani perdeu Lucas, machucado, e ainda não pode contar com a estrela Luis Fabiano – o atacante chegou ao clube depois do fim do período de inscrições na competição estadual.

- O São Paulo está passando por uma fase muito boa, né. Ofensivamente tem mostrado um futebol de bom nível. E eu, como peça desse time, tenho conseguido me destacar – declarou Dagoberto, em entrevista ao Globoesporte.com.

Não poderia existir adversário melhor que o Santos para Dagoberto tentar manter o seu destaque na temporada. Foi contra o Peixe que ele marcou seu primeiro gol com a camisa do São Paulo e no ano passado ele fez três gols sobre o rival. Segundo o jogador, o estilo de jogo do Alvinegro praiano o favorece.

- É uma equipe que gosto muito de enfrentar, pelo estilo de jogo, por ter jogadores magníficos. Será um duelo aberto e quem for ao estádio vai gostar muito.

Confira abaixo a íntegra da entrevista de Dagoberto. O atacante fala também de Luis Fabiano, do fim de seu contrato, de Muricy Ramalho e Seleção Brasileira.

Globoesporte.com: Sem o Lucas, machucado, e o Luis Fabiano, sem poder ser inscrito, você se considera ‘o cara’ do São Paulo no Campeonato Paulista?
Dagoberto: O São Paulo está passando por uma fase muito boa, né? Ofensivamente tem mostrado um futebol de bom nível. E eu, como peça desse time, tenho conseguido me destacar. Os gols estão saindo (são 13 gols na temporada), as assistências também e a equipe está vencendo. Isso é o mais importante.

GE: Por qual motivo você está mais à vontade no Tricolor?
D: É que o esquema que a equipe vem jogando é justamente pelo qual eu fui contratado. Isso está facilitando muito o meu futebol. Quando eu cheguei (em 2007), o São Paulo tinha um esquema mais defensivo, uma parada de marcar bastante. Eu tive de me acostumar com isso e sair um pouco das minhas características. Agora estou jogando exatamente na minha função.

GE: É possível dizer que o São Paulo enfim tem o Dagoberto que contratou?
D: Eu fui campeão duas vezes (dos Brasileiros de 2007 e 2008) e isso vai ficar marcado para sempre na minha vida e na história do São Paulo. Mas o modo como o time atua hoje e os jogadores que o elenco tem favorecem muito o meu futebol.

GE: E por que você só engrenou nesta temporada, sua última nesse contrato?
D: O meu momento aqui sempre foi bom. Tive alguns contratempos, é verdade, mas eu jogava em uma posição em que dava bastante assistências, eu ajudava de outra maneira. Atualmente, porém, eu apareço mais para os gols. É uma coisa nova para mim no São Paulo. Ainda não tinha jogado assim aqui. Estou curtindo.

GE: Você teme perder a posição quando o Luis Fabiano puder jogar?
D: Não tem nem o que falar do Luis, né? Ele vai cair como uma luva no time. Não tenho preocupação. Os gols vão continuar saindo com mais naturalidade. Até pela posição que estou jogando agora. E o Dagoberto será o mesmo de sempre.

GE: Esse início de 2011, então, é seu melhor momento no São Paulo?
D: Eu associo os bons momentos com conquistas. Quando você é campeão pode firmar algo. Então eu já tenho o nome marcado na história do São Paulo, pelos títulos que conquistei. Vivo uma fase boa e espero continuar assim para aumentar minha história. O coletivo está bom e o individual está aparecendo. É assim.

GE: Em sua evolução, o quanto pesou ter mais liberdade para atacar e menos responsabilidade na marcação, como na época do Muricy Ramalho?
D: Foi essencial essa mudança. Agora toda hora a bola passa pelos meus pés. Toda hora estou deixando um companheiro em condição e até mesmo concluindo. Antes, muitas vezes eu dominava a bola e não tinha força para atacar, porque tinha de correr atrás de um lateral ou de um volante para marcar. Mas, de qualquer maneira, aquilo foi um aprendizado para mim. Eu agradeço ao Muricy porque ele me passou muita coisa bacana. Mas foi difícil passar por isso.

GE: Depois disso, você se sente mais à vontade para expor suas insatisfações?
D: Eu tenho a minha personalidade e muitas vezes fui criticado por expor o que estou sentindo. Às vezes parece que as pessoas querem que o jogador de futebol escute e fique quieto. Longe disso. Eu tenho meu ponto de vista e busco o entendimento a cada dia. Passo o que estou sentindo e tenho uma abertura legal.

GE: Você foi revelado pelo Atlético-PR e teve destaque por lá. Mas agora, após quatro anos no Tricolor, dá para dizer que é o Dagoberto do São Paulo?
D: É até natural. Pela mídia, pelas conquistas... Passei seis anos lá no Atlético-PR e foi um período de muito aprendizado, mas o que vivi e estou vivendo no São Paulo é uma experiência maravilhosa e que vou levar para o resto da minha vida. Tudo é muito intenso, muito bom. Desde as cobranças até as alegrias. Hoje sou conhecido como um atleta que passou pelo Atlético-PR e se firmou no São Paulo.

GE: E o que está planejado para o futuro: seguir no São Paulo, ir para Europa?
D: Difícil de responder, porque ninguém sabe o que pode acontecer. Tenho meus objetivos, meus sonhos e uma família que depende de mim. Tenho mais um ano de contrato e sou muito feliz aqui no São Paulo. Estou bastante adaptado a tudo. Vamos ver, né, quem sabe temos algumas novidades boas mais adiante.

GE: Seria uma renovação?
D: Ainda não teve um contato do São Paulo. Não depende de mim.
O Santos, adversário do Tricolor na semifinal do Paulistão, é um time que você gosta de enfrentar, contra quem você sempre vai bem...
Foi contra o Santos o meu primeiro gol pelo São Paulo. E depois eu fui bem em outros jogos também. É uma equipe que gosto muito de enfrentar, pelo estilo de jogo, por ter jogadores magníficos. Será um jogo aberto e quem for ao estádio vai gostar muito. Temos feito grandes jogos contra eles. E espero que seja mais um.

GE: E você sonha com Seleção Brasileira? Acha que o Mano te acompanha?
D: Tenho certeza que ele está acompanhando o futebol brasileiro. O Lucas apareceu e foi convocado, o Neymar também. Mas eu sou muito 'pés no chão'. Sei que tenho de estar voando aqui no São Paulo para chegar à Seleção Brasileira. Estou procurando me empenhar ao máximo para realizar esse sonho.

Fonte: Globo Esporte

Nenhum comentário:

Postar um comentário