segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dagoberto: 'O importante é que fiz história no São Paulo'


Nada de críticas, ataques a inimigos de grupo ou dirigentes que tenham ameaçado colocar um fim na sua trajetória no São Paulo. Depois de cinco anos de clube, Dagoberto se despede evitando entrar em polêmica, palavra que norteou sua passagem pelo Morumbi.

O atacante minimizou quando lhe foi perguntado dos problemas e encerra cada resposta sobre o assunto ressaltando que o que ficará são as conquistas, como os dois títulos brasileiros (2007 e 2008), em que foi destaque com gols e assistências. Das duas últimas temporadas, nas quais foi o principal artilheiro do time, sendo que este ano liderou também em assistências – foram 15 no total.

Agora, de contrato assinado com o Internacional e liberado para se apresentar em janeiro em Porto Alegre, o atacante quer dar sequência à sua carreira e se focar na conquista do título que faltou no Tricolor: a Libertadores.

Dagoberto tinha contrato com o São Paulo até abril do ano que vem, mas, por R$ 1,4 milhão, o Tricolor o liberou antes. Ele firmou compromisso de cinco temporadas e vai receber R$ 25 milhões pelo vinculo. Vida que segue.

Abaixo, você confere a entrevista exclusiva concedida ao LANCENET!, antes de se apresentar ao seu novo clube. Ele analisa sua passagem e chama de "detalhezinhos" o que aconteceu de ruim durante o período no Tricolor.

Como está sua cabeça depois de ter sacramentado sua saída para o Internacional?
Na verdade, eu estava esperando a liberação, e estava bem otimista com o êxito. A coisa estava bem encaminhada e fico feliz porque foi bom para todos.

Acha que deixou uma boa impressão no São Paulo?
Com certeza, foram anos maravilhosos, mas a vida passou. Tenho carinho pelo torcedor, vários companheiros, amigos de clube, pessoas bacanas. Mas a vida é assim, agora tenho novos objetivos.

Qual análise que faz de sua passagem pelo clube?
Satisfatória, intensa, tudo foi muito bom. Tenho certeza disso. É igual um casamento: tem coisas boas, coisas ruins, mas vai de você saber conduzir isso tudo.

Ficou alguma mágoa?
Sem mágoas, longe disso. Tenho certeza de que vão ficar só coisas boas. Tudo na vida vai mudando, e tem horas que não dá certo. Mas da minha parte jamais vou ter mágoas. Vou seguir torcendo para o São Paulo de longe, exceto contra o Internacional, claro (risos).

Você passou muito tempo dizendo que tinha alguém no clube que estava tentando lhe prejudicar e que você o encontraria antes de ir embora. Encontrou?
Isso aí faz parte do passado. Tem gente que gosta, quem não gosta. O importante é que fiz meu nome no clube, com 61 gols, e o que fica realmente é isso. E essas outras coisas, que acontecem, tiramos de letra.

Mas tinha gente que lhe criticava internamente...
Quem convive é quem pode julgar. Sempre tive respeito, nunca tive problema com alguém de fora, acho que alguém criou isso. Despedi-me de cada um, tinha admiração, não sei de onde vinha isso.

Você teve problemas com o Rogério Ceni?
Vocês (jornalistas) passaram cinco anos na mesma coisa e continuam batendo na mesma tecla. Ao contrário, existe um respeito, admiração pelo Rogério. Inúmeras pessoas, dirigentes falaram da minha conduta, não entendo muitas vezes. Mas, mais uma vez vou deixar claro: não tive problema com ninguém. Tenho meu jeito, como você tem o seu, mas respeito todos, cada um com seu ponto de vista.

Por ter ficado cinco anos no clube, com muitos gols, dois títulos, não acha que merecia uma homenagem de despedida?
Estou tranquilo. Estavam esperando talvez no ano que vem, mas não houve desrespeito. Sempre teve um contato muito bacana da diretoria. Se na sua frente não existe esse contato, mas sempre na minha frente conversavam comigo.

Mas havia dirigentes que lhe criticavam internamente.
Mas isso é detalhezinho. O que fica é a historia que eu fiz. Mais uma vez agradeço a todos e peço desculpas por algo que possa ter feito.

Quais os momentos mais feliz que passou no clube?
Todos foram momentos felizes, mas os títulos foram marcantes, ficaram marcados. Teve inúmeras vitórias e vai ficar isso aí.

E os mais tristes?
As eliminações da Libertadores, todos os anos. Fico triste de não ter conquistado, mas as derrotas acabam fazendo você crescer.

Qual o técnico que mais lhe marcou?
O Muricy Ramalho, pelas conquistas. Mas todos foram muito bons, aprendi muito.

Deixe um recado para o são-paulino.
Só tenho a agradecer de coração. Houve críticas, que valorizam o que a gente fez, mas sempre me apoiaram, e saio feliz. Tudo foi muito intenso, vivi muito o clube. Agradeço, desejo que tenham um ano maravilhoso e que Deus abençoe a todos.

As polêmicas de Dagoberto no São Paulo

Fritado
O atacante foi considerado por alguns dirigentes um dos principais responsáveis pela queda nas semifinais da Libertadores-2010. Sua atuação no primeiro confronto com o Internacional, em Porto Alegre, gerou duras críticas internas. Acusavam-no de displicência. Depois disso, o clube tentou negociá-lo com o Metalist (UCR), mas Dagol não aceitou ir, mesmo com os clubes em acordo.

‘Bobalhão’
Atacante se desentendeu com o técnico Carpegiani, no Paulistão deste ano, durante a partida contra o Linense, no Morumbi. Carpa passou uma orientação tática, mas Dagoberto retrucou com um gesto que o irritou profundamente. No auge da confusão, atacante foi chamado de “bobalhão”. Dias depois, Dagol se desculpou e encerrou a polêmica.

Fora da realidade
Após a goleada de 5 a 0 sofrida para o Corinthians pelo Brasileiro, no Pacaembu, afirmou que o time estava “de volta à realidade”. A declaração gerou irritação no grupo. Na partida seguinte, contra o Botafogo, Rogério Ceni respondeu e disse que aquela não era a realidade do São Paulo.

Fonte: LanceNet

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